Por Marcus Nakagawa, Coordenador do curso de Business Sustainability for Leaders – State University of New York (SUNY)
O ESG (Environmental, Social, and Governance) está em crescimento contínuo. O avanço do ESG nas empresas brasileiras mostra como ele se tornou uma estratégia fundamental para quem busca competitividade e impacto positivo.
Neste cenário, Marcus Nakagawa é um dos principais especialistas brasileiros em sustentabilidade e ESG nas empresas, com mais de 30 anos de experiência no mercado. Atuou como executivo em corporações como Philips e Fundação Abrinq, além de liderar projetos de consultoria em responsabilidade socioambiental para empresas de diversos setores. Também é autor premiado e fundador de iniciativas voltadas ao empreendedorismo social e à gestão sustentável no Brasil.
Neste artigo, Nakagawa analisa a evolução do ESG nas empresas brasileiras, com base em dados recentes e exemplos práticos, como o caso da Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo do Brasil. A partir de sua vivência no cenário corporativo brasileiro, ele contextualiza os desafios e oportunidades que se apresentam em mercados emergentes — contribuindo com uma perspectiva essencial para o debate global sobre sustentabilidade corporativa.
ESG nas empresas brasileiras: avanços e estratégias
Nos últimos anos, o ESG tem se consolidado como uma estratégia essencial para muitas empresas. De acordo com a pesquisa “A maturidade ESG nas Empresas Brasileiras”, realizada pela Beon ESG, 51% das empresas brasileiras já têm uma estratégia de sustentabilidade. Esse número cresceu significativamente, refletindo uma adoção crescente das práticas ESG, com um aumento de 14 pontos percentuais desde 2021.
Além disso, 43% das empresas agora possuem metas ambientais claras, o que demonstra uma evolução importante no alinhamento entre sustentabilidade e estratégias empresariais. Este movimento é impulsionado pela crescente pressão de consumidores, investidores e pela necessidade de adaptação às mudanças climáticas globais.
Economia Verde e ESG: Oportunidades para as Empresas
A economia verde, que abrange setores como energias renováveis, materiais sustentáveis e tecnologias verdes, é uma das grandes promessas do futuro. Estima-se que a economia verde pode gerar até US$ 11 trilhões até 2040, com destaque para o crescimento em áreas como minerais críticos e tecnologias de energia renovável.
Empresas que adotam práticas verdes e de sustentabilidade estão se posicionando de maneira estratégica para aproveitar esses mercados em crescimento. Além disso, a transição para uma economia de baixo carbono está trazendo novas oportunidades de investimento, com destaque para energia solar, eólica e tecnologias de mobilidade elétrica.
Magazine Luiza e a Economia Circular: Um Exemplo Brasileiro de Inovação
Um exemplo notável de como as empresas brasileiras estão se alinhando à agenda ESG é a varejista Magalu (Magazine Luiza), uma das maiores redes de varejo do Brasil, com forte presença no comércio eletrônico e lojas físicas em todo o país. Recentemente, a empresa captou US$ 130 milhões com a IFC (International Finance Corporation, braço de investimentos do Banco Mundial) e em troca comprometeu-se a reciclar lixo eletrônico. Este movimento destaca a crescente importância da economia circular dentro das estratégias ESG, nas quais as empresas não apenas buscam a redução de impactos ambientais, mas se envolvem ativamente no reaproveitamento de recursos e na redução do desperdício.
Desafios e Perspectivas para o ESG
Embora o ESG esteja crescendo, a implementação bem-sucedida dessas práticas ainda enfrenta desafios. John Elkington, criador do conceito “Triple Bottom Line” e uma das figuras mais influentes no campo da sustentabilidade empresarial, propôs, em 1994, que as empresas não deveriam medir seu sucesso apenas pelo lucro, mas precisam considerar também os impactos ambiental e social de suas ações, estabelecendo os três pilares fundamentais do ESG: People, Planet and Profit.
Recentemente, Elkington comentou que, apesar dos desafios enfrentados pela agenda ESG, como resistência em alguns setores e mudanças globais, essa fase pode ser vista como um processo de redefinição, o que fortalece a agenda a longo prazo, tornando-a mais adaptada às novas exigências do mercado e mais eficaz na criação de um impacto positivo.
Superar esses desafios exige compromisso, inovação e a implementação de políticas mais robustas que integrem práticas socioambientais e de governança de maneira eficaz.
ESG como Pilar Estratégico para o Futuro
ESG nas empresas deixou de ser uma escolha — é um novo padrão de gestão. Adotar práticas ambientais responsáveis, fortalecer a governança e investir em soluções sustentáveis se tornou essencial para atrair talentos, conquistar investidores e atender a um mercado cada vez mais consciente. As organizações que integram esses pilares de forma estratégica estarão mais preparadas para liderar a transição rumo a um futuro sustentável e competitivo.
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