Os últimos cinco anos foram um período de turbulência sem precedentes para todas as empresas do mundo. Com tensões geopolíticas, pandemia e conflitos armados, um ambiente de incerteza e instabilidade pairou sobre o mundo gerando um significativo impacto na globalização.
Em conjunto com as instituições internacionais parceiras, produzimos um relatório sobre o novo cenário global de negócios. A primeira fase deste relatório apresenta os resultados de uma pesquisa sobre o impacto que fatores externos causaram nas empresas nos últimos anos. O objetivo é identificar desafios enfrentados pelas organizações e analisar suas estratégias de adaptação. Veja um resumo a seguir!
Fatores externos: turbulências da globalização
Os resultados da pesquisa demonstraram que 87% dos respondentes reportaram um impacto significativo em atividades de sua empresa. A interrupção da produção, aumento de preços, mudança e internalização de produção de insumos foram algumas das diversas medidas que as empresas adotaram para lidar com os desafios.
Porém, é inegável que as organizações reagiram de formas distintas a depender de cada setor, localização e grau de internalização. Empresas de países desenvolvidos foram muito mais impactadas pelos fatores externos, 94% de acordo com os resultados da pesquisa. Já empresas de países emergentes tiveram impacto de 84%.
No setor de indústrias, a vertente mais afetada foi a petroquímica, com 94% de impacto, enquanto o setor farmoquímico apresentou apenas 23% dos impactos, sendo o menos afetado.
De acordo com a pesquisa, os fatores externos que mais impactaram as empresas foram as restrições ocasionadas pela COVID-19, com 90% delas indicando um impacto médio ou grande.
As restrições também afetaram as importações, com um impacto significativo de 82% para médio ou grande. As interrupções em operações tiveram um impacto médio ou grande para 78% das empresas.
Os fatores geopolíticos, especificamente sanções econômicas, demonstram um impacto real nos últimos anos, com 71% das empresas indicando impactos médio ou grande. Por fim, os conflitos militares, em especial a Guerra da Ucrânia, geram um impacto de 51% para as empresas sobre seus negócios.
Vale ressaltar que, entre os países participantes da pesquisa, os Estados Unidos foi o que mais relatou dificuldades pelos conflitos armados com a indicação de 70%, enquanto a Nigéria apresentou um menor impacto por esse fator, com representação de 46%.
Mudanças nas empresas devido às turbulências globais
Mesmo após a superação da pandemia, a incerteza no cenário internacional levou empresas a tomar medidas de adaptação. A guerra na Ucrânia e as tensões geopolíticas entre economias do mundo continuam a causar grandes impactos nas empresas.
A maioria das organizações optou por tornar permanentes total ou parcialmente todas as mudanças implementadas nesses últimos anos.
As mudanças estruturais implementadas podem ter um impacto grandioso em relações econômicas internacionais. As empresas estão se adaptando a um mundo mais complexo e incerto.
Países perdedores na globalização
Com a globalização, a busca de fornecedores e internalização de processos fez com que alguns países fossem excluídos da lista de fontes de insumos produtivos para as empresas.
A China, grande exportador global, sofreu significativamente com as reduções na exportação devido às mudanças, 35% das empresas relataram diminuição ou suspensão importantes no país. Já a Rússia perdeu espaço em transações internas de 1%, um declínio notável, já que o país é 11° maior exportador, de acordo com a OMC.
A África subsaariana e países do Oeste Europeu foram os grupos que reduziram consideravelmente suas relações comerciais com a Rússia. Com um indicativo de 27%( África) e 20% (Oeste Europeu) indicando que houve interrupções nas importações.
Países vencedores na globalização
Ao interromper suas importações, diversas empresas optaram por buscar novos fornecedores em outras nações como uma saída. A China se destacou como o principal destino, com incríveis 16% de indicativos como um novo fornecedor.
Os Estados Unidos e a Índia também se destacaram, com 8% e 5% de participação. Os setores de alimentação e bebidas, juntamente ao de distribuição, foram bem, com um aumento na importação de, em média,13%. As indústrias de bens intermediários lideram a lista em termos de relações comerciais com a China com um índice de 41%.
Falando sobre regiões, a LATAM se destacou como a que mais fortaleceu relações comerciais com os Estados Unidos, com um registro fascinante de 33% de aumento.
O cenário da globalização tende a enfrentar frequentes mudanças, as empresas precisam cada vez mais estar preparadas para se adaptar.
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